sexta-feira, 29 de julho de 2011

Peru e Brasil: Uma Aliança Vitoriosa Nas Urnas

Ollanta Humala(Peru)  Dilma Rousseff (Brasil)   foto André Desk/AE
                              

Por: Casimiro Ríos García


Por muitos anos, os peruanos usaram nas urnas a técnica do papel, pela qual, por meio de uma lista disponibilizada com a foto dos candidatos ou símbolo do partido, os eleitores faziam a escolha, marcando com um “X” a sua escolha. Após as 16 horas da tarde os membros da mesa contavam, um por um, o voto dos peruanos. Em 2011, pela primeira vez, nas eleições presidenciais, foram utilizadas as chamadas urna eletrônica, graças à influência do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.


A Oficina Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) informou que os primeiros resultados da aplicação do Voto Eletrônico Presencial (VEP) no distrito de Pacarana cidade do interior Canhete, obtiveram em vinte minutos os resultados da votação na seção N° 239930.


Os peruanos já estavam muitos curiosos, mas tinham algumas dúvidas sobre a eficácia das novas urnas: queriam saber se não haveria possibilidade de fraudes na hora de votar, durante o processo de eleição em nível nacional. A tecnologia para eleições presidenciais foi trazida pelos brasileiros, que utilizam esse modelo, rápida e confiável, há um tempo.


Os peruanos testaram as novas urnas, mais confiável e mais rápida para a contagem dos votos. Houve registros de algumas reclamações sobre as urnas: em uma cidade do sul do Peru, houve uma reclamação sobre a urna uma votante, na hora do confirmar o voto, não conseguia confirmar a operação. Mas esse foi um dos pequenos problemas durante as eleições em nível nacional. Os meios de comunicação mostravam direto como está sendo o resultado da nova urna eletrônica.                          
        
Com a rapidez das urnas eletrônicas, no dia 5 de junho, pode-se saber o resultado quase de imediato da vitória do ex-militar e líder do Partido Nacionalista Peruano. Os resultados dados pela Oficina Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) apontam a vitória de Ollanta Humala sobre Keiko Fujimori do Partido Conservador Peruano, que representa a coligação (Fuerza 2011) com 51.48% dos votos, que equivalem a 7.929.958 votantes.
    
O candidato, agora presidente da república teve o apoio dos mandatários dos países como Brasil, Venezuela e Bolívia, o ex-presidente Lula da Silva nas suas visitas ao peru sempre foi bem recebido. Lula no peru é um exemplo de governante, e teve importante papel nessa vitória, pois demonstrou seu apoio nas campanhas do atual presidente peruano, assim como a atual presidenta do Brasil Dilma Rousseff não fez diferente e ainda deu algumas dicas durante as campanhas.
   
Com muita estratégia política, o senhor Ollanta Humala  conseguiu o banco presidencial, Ollanta teve uma mudança radical desde que iniciou a maratona das campanhas eleitorais do primeiro turno, já que, da primeira vez que ele se candidatou como presidente, não conseguiu o pleito, devido ao fato de os peruanos não aceitarem o discurso de militar que empregava em suas campanhas. Agora o senhor Humala chega a surpreender milhões de peruanos com o discurso político ameno e mais intelectual, Diante disso vem a pergunta quem está por trás de tudo isso?
       
Para chegar a ter as mudanças radicais nos discursos o candidato, Humala fez promessas, à exemplo do que aconteceu no Brasil, como por exemplo, aposentadoria para pessoas maiores de 65 anos de idade sem ter contribuído com o Instituto Nacional de Serviço Social (INSS). Essa é uma das tantas propostas de Humala que, para obter tudo isso, contou com o apoio dos assessores do ex-mandatário Lula da Silva. Com a experiência bem-sucedida das campanhas de Lula, conseguiram a vitória a Ollanta.
foto:http://listas.rpp.com.pe/politica/647-el-presidente-sudaca-del-ano
   
Alan García Perez Presidente do Peru
   
Agora começa uma grande dúvida entre os peruanos: como será o governo do ex-militar? O atual presidente, Alan García, diz que o Peru está começando a decolar e tem que se manter assim, com o apoio dos empresários e manter as boas relações do país com os outros países do mundo.


Muitos empresários que investiram no país, trazidos pelo atual presidente Alan García, estão na incerteza em continuar investindo no país, já que Humala sempre foi radical em tudo. Além disso, ele não tem o apoio de países importantes, na questão econômica, como os Estados Unidos, que não apóiam o projeto de governo do presidente eleito no  Peru.


                                                    

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A Estrada dos Sonhos



(Foto: arquivo pessoal)
Por: Casimiro R. García e Nicole Bressan


Com tantas opções de cursos superiores, hoje em dia, ter um diploma de nível superior ficou muito fácil. São cursos à distância, por teleconferência e até pela internet. Mas muitos estudantes ainda se arriscam a sair da casa dos pais e se aventurar numa faculdade presencial, dessas tradicionais mesmo. Alguns viajam até 100 km todos os dias para ir e voltar da faculdade. Nesse caminho encontram dificuldades, sonhos e pessoas com histórias parecidas à suas.

De mala e cuia

O estudante Marcos Cardial de Souza (31) já está no 6º semestre de Comunicação Social / Jornalismo, ele veio de Alta Floresta para realizar um sonho de criança, ser um Jornalista. Verificou a possibilidade de cursar em faculdades particulares, como a FACER de Sinop, IVE e Univag em Várzea Grande e também contava com meia bolsa para estudos na UNIC em Cuiabá. Quando descobriu o curso em Alto Araguaia pela UNEMAT decidiu-se e veio morar aqui em junho de 2008. “Primeiro porque se trata de um curso público, uma faculdade pública. E a Universidade pública tem muito peso diante do mercado. Segundo porque as faculdades que eu tinha em vista exigiam um custo mensal, um pouco alto”.

Marcos, ou Marcão como seus colegas o conhecem, já trabalhava na área de jornalismo antes mesmo de iniciar-se como acadêmico “Eu vim do jornalismo. Já trabalhava num jornal chamado Jornal da Cidade que tem hoje 35 anos em Alta Floresta e região. Eu já trabalhava lá há quase 10 anos, dois dias antes de completar os dez anos eu saí e vim pra cá. A mudança foi muito abrupta, pois estava acostumado com a rotina de uma redação, a correria e de repente vim pra um lugar e parei tudo. É um processo de readaptação de estilo de vida”.
Marcos Cardial (Foto Arquivo pessoal)



Como já está quase concluindo o curso Marcos já planeja o que fazer depois de formado “Eu pretendo fazer um mestrado. Mas eu estou entre Estudos Culturais e Fotografia. Estou vendo ainda qual vertente eu vou seguir”


O rapaz não veio logo de cara morar numa cidade desconhecida, apesar da distância de 1.260 km entre Alto Araguaia e Alta Floresta, antes disso fez uma pesquisa e ficou uma semana conhecendo a cidade e dando os retoques finais para sua nova vida “Saí da Amazônia e vim para o cerrado, até o bioma é diferente!” brinca o estudante. E como todos os que vêm de fora também reclama dos gastos “Onde eu morava eu não tinha, por exemplo, que me preocupar com aluguel, eu tinha que arcar com as despesas da casa porque é obrigação de quem mora na casa ajudar nas despesas.


Só que as despesas que eu tinha lá não eram tantas como aqui porque agora tenho o aluguel, alimentação, lazer, materiais didáticos da faculdade. Então meus gastos praticamente triplicaram. Mas são situações previsíveis, eu já vim precavido, já sabia disso. O custo de vida daqui é mais elevado que em Alta Floresta, principalmente se tratando de moradia, o aluguel é muito caro” Lamenta ele.


Logo que veio morar em Alto Araguaia, Marcão já teve um desapontamento, as pessoas que conheceu passaram uma imagem negativa tanto do curso quanto do campus “mas com o passar do tempo a gente vai conhecendo a realidade da cidade e do campus e começa a enxergar as coisas de outra maneira.    


Vejo que apesar dessas dificuldades que a gente tem aqui, é uma maneira que temos de superar obstáculos e produzir com mais qualidade. Isso serve de força para seguir no curso e se empenhar mais”. Ainda bem que existem pessoas otimistas na nossa faculdade.


Já deu pra perceber que ele realmente se empenha pelo curso e veste a camisa da faculdade. Marcão também dá o seu veredicto sobre um curso à distância “o dia-a-dia, o contato com o professor, contato com os acadêmicos, as experiências que você adquire nas disciplinas teóricas e práticas são diferentes. Então, na prática do jornalismo eu acredito que esse contato é essencial para a aprendizagem”.


Em Alta Floresta ele morava com a mãe que ficou surpresa quando soube que o filho vinha estudar tão longe, mas incentivou “como minha mãe disse: ‘se é uma vontade profissional sua, um desejo que você tem há muito tempo, você tem que encarar’ e foi isso que eu fiz. Em 2008 eu abri mão de um trabalho estável com carteira assinada, não era um salário ruim, abri mão de uma residência fixa, não pagava aluguel, abri mão do meu lazer pra realizar um sonho. Sempre digo que na vida, pra você conseguir algumas coisas tem que abrir mão de outras”. Conclui Marcão.


Esse é um exemplo de tantos alunos que vem de fora, as vezes com uma impressão negativa e descobre na UNEMAT, que a Universidade “quem faz é VOCÊ”.